Tudo começou ainda na adolescência: mais do que me sentir sozinho, eu sentia que não fazia parte de nenhum grupo, de nenhuma panela. E isso para um adolescente é terrível. Então, nem tão por acaso, pois eu tinha escutado de outras pessoas que aquilo era "o escapismo" de que os "desajustados" tanto precisavam, acabei me jogando de cabeça nisso. Testei aos treze anos, de onda mesmo, pra ver se isso era essas coisas todas. E era! Na verdade, ainda é.
Algumas pessoas,
assim que comecei, me advertiram, dizendo que esse era um caminho sem volta.
Dei de ombros. Falei que poderia parar com aquilo quando quisesse. Ledo engano:
depois da primeira vez, a necessidade só aumenta. Você precisa disso para fazer
quase tudo, e quase tudo ao seu redor te incentiva a usar mais e mais. Enfim,
após anos ininterruptos de uso percebi que, realmente, era um caminho sem
volta. E aqui estou, anos depois, errante por esse caminho.
Juro que
tentei parar, fiquei alguns períodos longe, mas sempre volto à estaca zero.
Parece que não consigo ser eu mesmo sem isso, de tanto que necessito. Por isso
meu jeito distraído, às vezes tão relaxado que quem olha pensa que estou
flutuando... E estou. Sempre fui assim e esse meu vício só acentuou meu jeito
de ser... Tão... Devagar.
Sei que tem vezes
que fico muito tempo sem escrever...
Mas as
letras me viciam de tal forma que sempre acabo voltando a escrever. Escrever é
meu caminho sem volta.
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