Irmão, se o Netinho é comunista (já que é filiado ao pelego PC do B), eu sou pastor da Igreja Universal, falou?
Primeiro de quatro textos, que, por uma terrível coincidência (sério!), tratam sobre algumas nuances do sistema capitalista: umas já bastante batidas e outras fruto da minha cabeça de vento. Marx deve estar dando mortais para trás de tão indignado com minhas observações. Espero que gostem.
Eu desde já escuto os gritos de velhinhos senis (alguns de
20 e poucos anos) me chamando de “comunista!” e tudo o mais, assim como escuto uns
comunistas de Adidas no pé tendo chiliques e gritando “seu reaça!”, mas não sou
nem um, nem outro. Sou adepto do bom senso. Eu, particularmente, me considero esquerdista. Mas isso não me obriga a fazer como outros tantos que se intitulam "o
supra-sumo da esquerda" por repetirem, feito papagaio de pirata, idéias que
talvez não funcionariam 100% nem nas sociedades em que foram concebidas, o que
dirá nos dias de hoje – e no Brasil, não esqueçamos desse detalhe.
Eu acho sim, que o que é possível, é construir uma sociedade
mais justa, minimamente igualitária para todos, em que todos tenham
condições de desenvolver suas aptidões, em que a distância entre os mais ricos
e os mais pobres seja muito, mais muito menor, que o Estado seja para e pelo
povo e essas coisas mais (Belo discurso, penso até em concorrer ao Nobel daqui
a alguns anos). Mas também não podemos fazer o que ultimamente vem sendo feito
aqui no Brasil, de dar absolutamente tudo a quem não tem nada, isso causa um
sério comodismo. Isso não é dar oportunidade, é alimentar preguiçoso, o que,
por sinal, é costume no Brasil. Nós alimentamos os pobres preguiçosos, os
deputados preguiçosos, os ricos continuam comprando Ferraris (com o dinheirinho
do papai que é amiguinho íntimo de alguns dos nossos governantes e atropelando
trabalhador) e o que sobra no nosso bolso serve pra gente ir vivendo nossas
vidinhas, fingindo que tudo está bem.
Acho o discurso de “self-made man” ridículo por ser
completamente individualista. A partir daí cria-se uma sociedade onde as
pessoas se importam só com seu umbigo e que tudo e competição. A solidariedade, a preocupação com o outro,
some. Mas acho tão ridículo quanto o discurso de “pessoas que se fazem por si
só” o discurso do “pobre coitado”, que cria uma multidão que sempre vai esperar
a ajuda do Estado para tudo, já que o governo tudo dá para quem não tem
condições. Eu vejo com meus próprios olhos que isso não funciona, nas escolas
em que dou aula. As crianças não prezam pelo o que é dado pra elas. Então
imaginem os pais dessas crianças. E sim, essa é uma geração perdida, porque já
está contaminada com essa mania de receber tudo do Estado, ao invés de se
acostumar a conseguir as coisas. Infelizmente não vai passar de uma geração
acomodada.
Infelizmente muito do que está errado é culpa do nosso trato
com o dinheiro: é a desigualdade gritante, é o consumo desenfreado, é a
sensação de que tudo se compra... Se fôssemos fazer uma lista, demoraríamos
dias. Mas o dinheiro vem envenenando as relações de tal maneira que chego a
pensar que estamos na sombra do fundo do poço. Mas como a esperança é a última
que morre e sou um sujeito esperançoso...Nunca se sabe, né?
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